Comunidade de Deus e
Nossa Senhora
Recife - PE
Dom Hélder e o Beija-Flor
O Sonho de Dom Hélder e a Comunidade Deus e Nossa Senhora
A Comunidade Deus e Nossa Senhora foi fundada em maio de 1980.
Os fundadores são: Dom Hélder Câmara, Pe. Edward George Figueroa, e duas religiosas, entre elas Carla "Mãezinha", dedicadas ao povo das favelas e ruas do Recife.
Dom Hélder amava a Comunidade porque ali, Jesus, em forma de mendigo, homem, mulher ou criança encontrava a sua identidade de filhos de Deus e de Nossa Senhora, irmãos por parte de pai e mãe, como diziam. Costumava, também ele tomar o seu repouso.
Em um destes dias, ele chegou, conversou, brincou no campo e até jogou bola. Depois que almoçou resolveu, ali mesmo na mesa, deitar a cabeça para uma soneca.
Foi, então que sonhou:
Dom Hélder Camara / Reprodução
"Sonhei que estava no campo, brincando com as crianças.
Havia sol e havia vento.
De repente as crianças pareciam flores, eram crianças e eram flores, e eram flores brincando e sorrindo.
Eu quis participar desta dança no jardim das crianças flores.
Então fui me sentindo leve, leve, voava: eu era um beija-flor."
Acordei...
Então, o Dom me olhou e em tom mais sério falou assim:
"Olha minha filha, quando qualquer mau tempo, qualquer perigo aparecer em nosso jardim,
e você vir um BEIJA- FLOR chegando, o BEIJA-FLOR sou EU trazendo a benção do Pai."
Guardei estas palavras no coração, porém sem entender o significado totalmente. Todavia, ao longo do tempo, muitas vezes até em grandes tempestades, o beija-flor veio. E veio com a fé, alimentando a esperança, tornando vivo o amor.
Por este sonho, por esta realidade do beija-flor em nossas vidas,
ele faz parte da logomarca da Comunidade Deus e Nossa Senhora.
Escolhemos o relato de Carla, como testemunho:
Eu sou Carla Pimentel. Cheguei na Comunidade com apenas 02 meses de idade. Na época do belo e profetico sonho do Dom eu estava com 5 ou 6 anos, todavia só quando estava com 17 anos mais ou menos , foi que mainha me contou a base para minha segurança emocional e espiritual.
Não o entendi bem, mas guardei no coração, como um bem precioso.
Anos mais tarde, estava casada, e fui tomada pela depressão. Está doença que não se explica, não se justifica, só se sente.
Queria morrer. Meu esposo colocou uma grade na varanda do apartamento no 3º andar e guardou a chave. Aquela janela da varanda me chamava para baixo. Eu tinha consciência da dor que meu gesto ia causar, no meu marido, na minha filha, nos meus pais, nos meus irmãos. Não queria morrer. Mas algo me levava para a morte. Rezava. E me tratava com psiquiatra e psicóloga.
Uma noite aconteceu. Descobri a chave da janela da varanda. Quando meu marido já estava dormindo, levantei-me, peguei a chave e abri a janela. Só tinha um pensamento: morrer.
Olhei para baixo. Não havia ninguém, apenas a escuridão da noite, e a escuridão da alma. Nada havia fora ou dentro de mim. Eu já não era eu. Quando vou me jogar, ele apareceu. Era um beija-flor lindo, brilhando e dançando na noite escura, diante dos meus olhos. Sufoquei o grito. É o DOM inquieto pra lá e pra cá, como a impedir minha queda. Então, lembrei do sonho que mainha me contara, anos atrás, lembrei-me que fizera parte daquele jardim, que também tinha sido criança-flor, acarinhada por Dom Hélder tão grande e tão pequeno como nós. Ele fez uma pirueta e desapareceu na noite, e no meu coração fez-se dia.
1.A “Mãezinha Carla participou na Fundação do CDNS
2. Sua filha adotiva Carla, que escreveu este relato, entrou na Comunidade desde sua infância e hoje ela esta casada com Fabio Leonardo, o Coordenador Geral do CDNS.