“Cantai ao Senhor, um cântico novo, cantai ao Senhor, a terra inteira” Sl 95:1
Mosteiro do Salvador - Coutos, Bahia
O toque dos sinos, apressa os passos das monjas beneditinas do Mosteiro do Salvador, que se preparam para as orações diárias. Em suas vidas no claustro, com a gigantesca missão de louvar a Deus e interceder pelo mundo todo, as monjas buscam incessantemente a face de Deus, através do Ofício Divino, da leitura orante da Palavra, do silêncio, do trabalho, da vida fraterna e da hospitalidade.
Pelo Louvor Divino no cotidiano leva-se a Deus o clamor do seu povo, o grito de socorro de uma humanidade que sofre, o anseio pela paz, suas alegrias e fadigas. Esses clamores estão contidos nos salmos e são assumidos pelos que rezam. Para a madre Vera Lúcia, do Mosteiro do Salvador, é na salmodia (ato de rezar em cânticos, os salmos) que “nos perdemos em Deus, em seu mistério de amor, vida e morte”.
A beleza da celebração com cânticos gregorianos ganha brilho nas melodias do órgão. "Música e Liturgia se tocam." O som potente e suave prepara o ambiente litúrgico, torna-o propício para o recolhimento e aquieta o coração para o momento, penetrando nas almas carentes e sedentas de Deus.
A voz suave das monjas beneditinas do Mosteiro do Salvador, em Couto na Bahia, ecoa pela igreja ao som de Adeste Fideles. Os versos da oração em forma de canção, levam os presentes a sentir que o Menino Jesus nasceu e os convida a adorá-lo porque “Ele é a luz das luzes, nascido do ventre de Maria, verdadeiro Deus que foi gerado e não criado”.
É o Senhor que fala na harmonia das notas espalhadas pelo eco incessante do mistério celebrado. Algo que nos leva para mais perto do Divino. Um som que transporta quem o escuta a uma profunda experiência mística, na celebração da liturgia.
O céu e a terra se encontram na igreja inserida na periferia. As pessoas que vão rezar ali, apreciam e saboreiam o canto sacro. Falam de uma atmosfera de paz e quietude enquanto cantam com alegria e respeito, em louvor ao Senhor.
O subúrbio, que tem fama de ser um lugar violento, passa a ser na igreja do mosteiro, ponto de encontro do povo que canta, louva e reza, na espera do Cristo, Rei dos Reis, Rei que traz a Paz! Que nasceu numa manjedoura, para redimir os pecados humanos e ainda hoje habita os corações pecadores!
*Texto escrito com a colaboração das Monjas Beneditinas do Mosteiro do Salvador.
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