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Instituto Anelo: uma fantástica jornada musical pela Itália


Luccas Soares, tocando teclado e cantando em uma praça com diferentes pessoas ao redor.
Luccas Soares

Por: Lalá Ruiz


Entre os dias 29 de Julho e 5 de Agosto de 2018, um grupo de alunos e professores do Instituto Anelo, instituição sem fins lucrativos que oferece aulas gratuitas de música no Jardim Florence, bairro da região do Campo Grande, na periferia de Campinas (SP), passou por uma experiência de vida transformadora, a qual tive o privilégio de testemunhar.

Durante esse período, Levi Macedo (violão e guitarra), Hudson Sales (acordeon), Filipe Silas (trompete), Amilcar José Quintino Amauro (contrabaixo), Amilcar José Quintino Amauro Filho (bateria) e Mariana Tabacow (trompete e piano), além de Luccas Soares (coordenador do Anelo, piano e acordeon), participaram da 20ª edição do Arcevia Jazz Feast.


O evento é um seminário de jazz e improvisação realizado durante o verão europeu na cidade italiana de Arcevia, a 240 quilômetros da capital Roma. Foram dias intensos de aprendizado e convivência com professores e estudantes da Itália, da África do Sul e do Brasil, seguidos de noites com animadas jam sessions em lugares públicos.


Esta foi a quarta participação do Instituto Anelo no festival e, à exceção de Luccas Soares, foi a primeira vez no seminário para os demais integrantes do grupo. Todos, porém, foram unânimes em exaltar a importância do evento não apenas para o desenvolvimento como músicos, como também pela troca de experiências que o mesmo propicia, apesar da barreira inicial do idioma.


Para Samuele Garofoli, trompetista, diretor e um dos professores do Arcevia Jazz Feast, o formato do seminário propicia a integração. “Não é gigantesco, são 100 estudantes no máximo, em um lugar muito particular, pequeno, que favorece a concentração e a didática”, disse. Arcevia, palco do seminário, é uma cidade medieval com pouco mais de 5 mil habitantes.


Em 2018, o evento recebeu 68 estudantes, sendo sete brasileiros, dois sul-africanos e os demais italianos. As aulas, vivências e workshops ocorrem nas dependências da Scuola Elementare Statale A. Anselmi. As atividades são intensas, durante todo o dia, e as refeições (almoço e jantar) são feitas no próprio refeitório da escola, em mesas coletivas.


Aqui se estuda e se come junto, toca-se junto, a troca de experiências é constante. Não se sabe quem é professor ou aluno, todo mundo aprende.” (Samuele Garofoli)


De acordo com o diretor, no início o seminário recebia apenas estudantes italianos. A abertura para estrangeiros foi consequência da necessidade do mercado, da busca por uma visão mais internacional do fazer música. “Há uma troca, uma abertura de pensamento”, disse Garofoli. “Tivemos a sorte de encontrar as pessoas certas”, disse ele sobre a longevidade do festival.


E os músicos do Instituto Anelo com certeza fazem parte desse rol de “pessoas certas”. Para Garofoli, a instituição campineira tem uma visão social da música que o agrada muito. E ressalta que os italianos têm muito a aprender com os brasileiros, não só pela riqueza da música, mas pela espontaneidade com que vivem a musicalidade.


“Na Itália não é assim. Nós gostamos muito de música, mas a musicalidade não é espontânea.” O diretor do festival se assume fascinado pela forma simples e natural com a qual os brasileiros encaram a música. “Faz parte do estilo de vida. De certa forma, aqui também, mas não somos naturais”, afirma.


O saxofonista Simone La Maida, um dos professores do Arcevia Jazz Feast, compartilha da opinião de Garofoli. Ele, que deu aula para os saxofonistas campineiros que participaram do seminário nos anos anteriores, afirma que os alunos do Anelo são “bravíssimos” e talentosos e que fez grandes amigos entre eles, citando Tércio Pereira, professor do Anelo.


A cantora Susanna Stivali, também uma das docentes do Arcevia Jazz Feast, acredita que os alunos do Anelo “têm a música nos olhos, e isso é uma coisa grande para um professor”. “A música às vezes é só um trabalho. Mas pessoas como Luccas (Soares) nos fazem lembrar que a música é uma evolução”, disse, citando o coordenador e fundador do Anelo.


E essa naturalidade com que a música flui para os brasileiros é o diferencial que conquistou um público fiel em Arcevia. A chamada noite brasileira, comandada pelos músicos do Instituto Anelo no Bar Centrale, um dos points da cidade, colocou os italianos para dançar ao som de Luiz Gonzaga, Gilberto Gil e outros clássicos da MPB. Digo que foi emocionante.


Reportagem completa: lalaruiz.com.br

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